sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Didaquê – A instrução dos Doze Apóstolos

Autor: André Torriéri
Dez/2012
 Didaquê

       Você já ouviu falar do Didaquê? Talvez não o conheça apenas pelo nome, mas certamente o seu conteúdo lhe é bastante familiar. Trata-se de um documento datado, ainda que de forma imprecisa, do primeiro século da era cristã, e contém um conjunto de instruções - daí o nome de Didaquê, que significa “Instrução” em grego - para as primeiras comunidades cristãs primitivas. O Didaquê tornou-se o primeiro Catecismo dessas comunidades, nele está reunida a doutrina de Cristo de maneira simples, em linguagem coloquial e de fácil acesso, porém com o mesmo vigor e ressonância que a mensagem do Evangelho nos traz.

Acredita-se que o texto não foi escrito em um único bloco, mas sim, é resultado da reunião de pequenos textos e da tradição oral que era transmitida pelos Apóstolos, ou seus discípulos, durante as pregações. O Didaquê nos apresenta a Boa Nova em um esquema muito interessante. Trata-se dos dois caminhos, a saber: O caminho da Vida, onde são apresentadas as virtudes que devem ser observadas pelos cristãos, e o caminho da Morte, que apresenta o oposto, ou seja, os vícios e más condutas que não estão de acordo com o modo de vida de um cristão convertido. Uma lição tão antiga e ainda tão atual! Nele também são encontrados excelentes relatos de como era celebrado o Rito Eucarístico por essas comunidades, o que, sem dúvida, é de uma riqueza imensa para nós cristãos do século XXI. Por tratar-se de um ensinamento voltado para as comunidades que estavam nascendo, os autores ocuparam-se também em estabelecer algumas diretrizes para que esses pequenos grupos vivessem na mais profunda comunhão e os ensina a maneira como deveriam tratar seus profetas (homens que pregavam a palavra de Deus de comunidade em comunidade). O documento termina com um breve texto escatológico que fala sobre o Fim dos Tempos.

Sem dúvida uma leitura indispensável. São poucas páginas em um pequeno livro, porém, como nos diz a parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32) , uma pequena semente, uma vez plantada, dá frutos e transforma-se na mais frondosa das árvores. Vamos aproveitar esse Ano da Fé para isso: Aprofundar nossos estudos na tradição e no magistério da Igreja que tanto tem nos ensinado ao longo dos séculos.
 

P.S.: Você pode ter acesso ao conteúdo do Didaquê com uma rápida busca pela Internet, ou também pode adquirir o livro em uma Livraria Católica credenciada. Custa menos de R$ 10,00.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


LUMEM GENTIUM - LUZ DOS POVOS

“Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andara nas trevas, mas terá a luz da vida.” Jo. 8, 12.

A Paz esteja contigo

A Igreja nasce do anuncio da Palavra que desperta no coração do homem o interesse de se aprofundar mais e ter um encontro intimo com Cristo na Palavra, Eucaristia e no convívio fraterno: “No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos; E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima.” João 1:36-39. Assim são lançadas no coração dos doze as sementes do que seria a Igreja. No evangelho de João, vemos uma Igreja sacramental, nascer do peito aberto de Jesus na cruz, do qual jorra sangue e agua, a imagem da eucaristia e do batismo. A Igreja que através do seu útero, a pia batismal, que nas aguas gera os filhos de Deus, no qual nos tornamos filhos no Filho, e ela sendo Mãe, não abandona seus filhos a mercê de sua própria sorte, mas lhe da à Eucaristia, alimento para a nossa fé. Os Atos dos Apóstolos no coloca diante da Igreja que na manhã de pentecostes, aqueles homens que ate então estavam escondidos, com medo e de portas fechadas, entre eles não haviam nenhum mestre nem doutor, mas pessoas simples saída do meio do povo, ao verem a promessa do Paraclito se concretizar, saem às ruas, a praças anunciando, que Cristo Jesus Ressuscitou, nasce a Igreja missionária, que sai de si mesma ao encontro do outro, se torna a católica e se espalha pelos quatro cantos do mundo espalhando a semente do evangelho. Portanto sempre foi certo qual o papel da Igreja no mundo, desde os primórdios do antigo testamento, prefigurada no povo de Israel, a missão da Igreja é ser sinal, sacramento de salvação no mundo, luz para os Homens, pois nela esta o grande Luzeiro, a estrela que não conhece o ocaso, como cantamos no Pregão Pascal, o próprio Cristo Jesus, crucificado, morto e ressuscitado por amor a nós homens, perdidos nas trevas do pecado. Refletindo assim sobre toda a eclesiologia da Igreja e o papel dela no mundo, os padres sinodais, reafirmam neste documento, Lumen Gentium a verdadeira vocação da Igreja, estar junto ao povo de Deus que são as pedras vivas do Templo do Senhor, sendo sinal de salvação. “e, quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim.” Jo. 12, 32. Na parábola do bom samaritano, nos mostra claramente a preocupação daquele homem, que não só curou as feridas daquele moribundo, mas o levou a uma hospedaria para que ali ele pudesse se recuperar, assim Deus no seu imenso amor de Pai, não apenas nos deu o seu Filho para nos salvar, mas nele nos deu a Igreja para que nela tenhamos força para continuar a nossa caminhada de fé, assim formamos o seu corpo místico sendo Ele a cabeça e nos os membros, e no corpo cada membro tem a sua função e sua devida importância, nenhum é mais ou menos importante, mas trabalham em conjunto, para que haja um bom funcionamento deste, sendo todos ligados à cabeça que comanda a todos. Este documento nos coloca diante da vocação e a função de cada batizado dentro do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja, colocando sempre os seus dons para que cada vez mais Cristo se torne a luz para os Homens. É essencial termos claro, que ser cristão é estar inserido neste corpo, pois um galho não poderá produzir frutos desligado do seu tronco.
Maranathá
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CELEBRANDO 50 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II- SACROSANCTUM CONCILIUM


A Paz esteja contigo
Celebrando os 50 anos da Abertura do Concílio Vaticano II, usando das palavras do Beato João XXIII: “Alegra-se a Santa Mãe Igreja, porque, por singular dom da Providência Divina, amanheceu o dia tão ansiosamente esperado em que solenemente se inaugura o Concílio Ecumênico Vaticano II, aqui, junto do túmulo de São Pedro, com a proteção da Santíssima Virgem...”. Iniciamos um novo Pentecostes, que vem renovando a Igreja a cada dia, aproveitando este Ano de Graça ao qual celebramos a nossa Fé iniciaremos um estudo sobre os documentos que compõem este grande Concílio Ecumênico, espero que nos ajude a conhecer um pouco melhor este momento tão importante da nossa Igreja.
                                             SACROSANCTUM CONCILIUM

A Sacrosanctum Concilium, constituição sobre a Sagrada Liturgia, foi o primeiro documento aprovado pelo Concílio Vaticano II. Não foi objeto de muita controvérsia, pois a adaptação da liturgia já era frequente em muitíssimas comunidades eclesiais. Poderá mesmo dizer-se que esta constituição foi o primeiro fruto do Concílio, por já estar, em boa parte, a ser levada à prática antes de ter sido discutida e aprovada. O que não significa que o documento de base tenha passado facilmente entre os padres conciliares. Foi promulgada pelo papa Paulo VI no dia 4 de Dezembro de 1963, final da segunda sessão conciliar. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sacrosanctum_Concilium
 O porquê renovar a vida liturgia da Igreja ??
Não desvalorizando a riqueza liturgia herdada do Concilio de Trento (1545 a 1563) que conduziu a vida da Igreja por séculos e correspondeu com zelo e eficácia a necessidade historia de um momento, lutando incansavelmente para combater o avanço do protestantismo recém-nascido, foi uma arma segura e certa. A Igreja que é Mãe e Mestra, visando os novos tempos, percebendo que o avanço do modernismo já atraia os seus filhos, já não tínhamos uma sociedade voltada para uma cristandade única, surge a necessidade de estar mais próxima dos seus fieis de atualizar a sua linguagem aos novos tempos. Sendo a liturgia a expressão máxima da vida celebrativa do povo de Deus, Sacrosanctum Concilium, traz uma participação mais ativa destes. Retomando assim as fontes da Igreja primitiva, onde os primeiros cristãos celebravam em Espirito e Verdade, uma verdadeira explosão de alegria, numa vivencia única e concreta do ressuscitado em meio a sua assembleia. Rasga-se o véu que separa o homem de Deus, muito comum no antigo testamento e traz para perto do homem o Deus de Amor, que se revela no Bom Samaritano, que desce da sua realeza, sem perder a Sua condição divina, mas se fez homem, para que nele tivessemos um modelo mais humanizado. Ele cura as nossas feridas e nos da à Igreja como Mãe para nos fortalecer na fé.
Principais ideias
Esta constituição centra-se em torno da Liturgia, que é analisada pelos padres conciliares sob "uma tríplice dimensão teológica, eclesial e pastoral: a liturgia é obra da redenção em ato, celebração hierárquica e ao mesmo tempo comunitária, expressão de culto universal, que envolve toda a criação". Os padres conciliares descrevem ainda a Liturgia como "a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão-de beber o espírito genuinamente cristão". Logo, o Concílio pretende renovar a Liturgia, para que "todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas", visto que esta participação é, "por força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão, «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5)".
Principais consequências
Por desejo do Concílio, a Igreja Católica efetuou, dentro de poucos anos, uma grande renovação na Liturgia. Entre estas reformas, destaca-se obviamente vários aspectos: a reorganização e simplificação da Missa de rito romano; o uso predominante da língua vernacular nas celebrações litúrgicas; a posição do padre em relação ao altar (depois das reformas, o padre passou a celebrar a Missa de frente para as pessoas e atrás do altar); a assembleia reunida para ouvir a Missa passou a ter um papel mais ativo no serviço, através do canto, da leitura da Palavra de Deus, do ofertório e das suas respostas às orações iniciadas pelo padre; a escrita de novas músicas litúrgicas, com influências da música popular; uma maior ênfase na Liturgia da Palavra; e a clarificação do simbolismo.
Maranathá

 


 







 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


 
 
 
 
ABRÃO ESPEROU CONTRA TODA A ESPERANÇA
 
 
 
 
 
 
“Iahweh disse a Abrão:” Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei. Eu te farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei o seu nome; sê uma benção.”  Gn. 12, 1-2
 
Meus irmãos, Paz esteja contigo.
Quando lemos as sagradas escrituras, Abrão surge como um modelo para todos os cristãos. Vivia na comodidade de sua terra, juntos aos seus familiares, com a vida estabilizada ate o momento do seu encontro com Deus, o qual lhe faz um chamado que exige dele uma renuncia, um sair de si mesmo e se lançar plenamente em Sua vontade, na confiança de uma promessa: terra e descendência. Sem hesitar ele toma a sua esposa e se põem a caminho. Os anos passam, muitas são as dificuldades e grande é a espera. Ele e sua esposa já de idade avançada e mesmo diante do impossível ele continua esperando contra toda a esperança. O ano da Fé é para nós um desafio, pois somos chamados a lanças as redes em aguas mais profundas isso é, num mundo cada dia mais descrente, em que o homem se torna cada dia menos comprometidos com a fé, inventando o seu modo próprio de se relacionar com Deus, na maneira que mais lhe convém, nos cristão somos chamados como Abrão a sair de nós mesmos, do nosso comodismo, consumismo exagerado e sem medo assumir a nossa fé em Deus que é providente, assumir a nossa vocação de batizados de ser sal e luz da terra, pois Ele também faz a nós uma promessa, a promessa da Salvação, da terra prometida que é casa do Pai, vida eterna. Também passaremos pelas tribulações, com a difícil demora do tempo, que tenta nos fazer desanimar, que muitas vezes nos questiona: A onde está seu Deus”? Ter que esperar mesmo diante do impossível da nossa vida, mas se formos fieis em Deus, veros a promessa concretizar. Abrão viu este dia, esperou contra toda esperança, mas em Isaac se alegrou. A fé nos da esta certeza, a certeza que mesmo que atravessemos o vale da morte, não devemos temer, pois o Senhor é o pastor que nos guia. A fé não é algo que aliena, uma redoma contra o mal e a provação, mas é espada afiada, que ajuda o cristão no combate do dia a dia.
“... revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo. Pois a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço. Por isso, protegei-vos com a armadura de Deus, a fim de que possais resistir no dia mau, e assim, empregando todos os meios, continueis firmes. Ficai, pois, de prontidão, tendo a verdade como cinturão, a justiça como couraça. e os pés calçados com o zelo em anunciar a Boa-Nova da paz. Em todas as circunstâncias, empunhai o escudo da fé, com o qual podereis apagar todas as flechas incendiadas do Maligno. Enfim, ponde o capacete da salvação e empunhai a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.”  Ef. 6, 11-17.
 
Maranathá

VIVER O ANO DA FÉ




“Como afirma o Santo Padre, sempre na Porta Fidei: «Nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Batismo.» Seria um fruto importante do Ano da Fé se os cristãos retomassem esta antiga práxis. Efetivamente, rezar com o Credo ajuda a entrar mais profundamente no caminho da fé, porque exige que se conheça sempre mais a quem se ama, o que permite poder vir a ser novos evangelizadores. É importante e decisivo participar aos outros a alegria de ter encontrado Cristo e de ter acreditado na sua palavra que muda a vida. Viver o Ano da Fé, então, com a consciência de que nos é dado um tempo particular de graça. A fé tem necessidade de ser repensada e vivida sempre com crescente convicção, coragem e entusiasmo para que, a quantos encontremos, seja dada uma palavra de esperança e um olhar de amor.”
† Rino Fisichella
Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização
 



 

 
 


CREDO NICENO CONSTANTINOPOLITANO


reio em um só Deus , Pai todo-poderoso,  Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.  Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém